Adesão ao tratamento farmacológico anti-hipertensivo de pacientes em hemodiálise
Abstract
O risco de morbidade/mortalidade por doenças cardiovasculares em pacientes com doença renal crônica (DRC) é elevado, sendo imprescindível a instituição de uma terapia anti-hipertensiva eficaz. A baixa adesão ou não adesão ao tratamento farmacológico anti-hipertensivo prejudica o alcance dos resultados terapêuticos no retardo da progressão da DRC. Objetivou-se estudar a adesão à terapia anti-hipertensiva em 120 pacientes com DRC em hemodiálise. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado entre maio a junho de 2011 na Clínica de Doenças Renais de Imperatriz – MA. Os dados foram obtidos através da análise dos prontuários dos pacientes e da aplicação de roteiro de entrevista para a coleta de dados sociodemográficos, clínicos e relacionados ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo. O nível de adesão ao tratamento foi estimado pelo Teste de MoriskyGreen. A maioria dos pacientes é do sexo masculino (69,2%), possui idade inferior a 60 anos (69,2%), é analfabeta ou possui apenas o ensino fundamental (79,2%) e possui baixa renda mensal (90,8%). A hipertensão arterial foi a doença de base prevalente. Houve predomínio da politerapia em 78,3% dos casos. Os betabloqueadores foram os anti-hipertensivos mais utilizados, seguidos pelos bloqueadores dos canais de cálcio e agentes que atuam no sistema renina-angiotensina. O Teste de Morisky-Green apontou que 58,3% dos entrevistados apresentaram nível elevado de adesão à terapia medicamentosa. A falta de acesso aos medicamentos foi o principal motivo relatado pelos pacientes para não seguirem adequadamente o tratamento anti-hipertensivo. Verificou-se a necessidade de melhorias na assistência farmacêutica a estes pacientes e a implementação de estratégias para aumentar a adesão ao tratamento.