Análise de interações medicamentosas e alimentares em pacientes com AIDS em uso da TARV associada à terapia de resgate
Abstract
A combinação de antirretrovirais da terapia de resgate na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida aumenta os riscos de interações medicamentosas e alimentares. Este estudo teve como objetivo analisar o risco de interações medicamentosas e alimentares no uso da terapia antirretroviral com medicamentos do resgate por 40 pacientes com AIDS de um Hospital quaternário da região Noroeste paulista. Trata-se de um estudo exploratório-descritivo de abordagem quantitativa e qualitativa, realizado no período entre 2012 e 2013. Os pacientes foram entrevistados através de questionário elaborado pela equipe multidisciplinar de saúde. As entrevistas foram realizadas pela equipe de farmacêuticos. As interações foram avaliadas por bases de dados informatizados. O esquema composto por darunavir, enfuvirtida, lamivudina, raltegravir e ritonavir foi o mais utilizado (32,5%) pelos pacientes. Os antirretrovirais que mais apresentaram risco de interações alimentares foram ritonavir, darunavir e tenofovir, em 31 (77,5%), 29 (72,5%) e 21 (52,5%) pacientes, respectivamente. Foram identificados 87 tipos de potenciais interações medicamentosas, e sete foram classificadas como de nível maior. Neste estudo todas as prescrições apresentaram riscos para interações medicamentosas e demonstraram a importância do monitoramento pela equipe multidisciplinar. Contudo, a maioria das interações medicamentosas foi benéfica, decorrentes da potencialização do efeito terapêutico em consequência do sinergismo entre os fármacos da terapia antirretroviral. A interação entre farmacêuticos e prescritores pode contribuir para a farmacoterapia racional e segura do paciente.