Avaliação da Qualidade de Saneantes Clandestinos comercializados em Belo Horizonte, Minas Gerais
Abstract
Os saneantes representam uma variedade de agentes de limpeza, incluindo os desinfetantes. Os saneantes clandestinos não passam por nenhum tipo de avaliação quanto à eficácia e possíveis contaminações, portanto o consumidor não tem segurança ao utilizá-lo. Este trabalho teve por objetivo analisar amostras de saneantes clandestinos comercializadas quanto aos parâmetros de rotulagem, qualidade microbiológica e físico-química e a avaliação da eficácia. A contagem de micro-organismos e a pesquisa de patógenos foram determinadas conforme indicado na Farmacopéia Brasileira. A avaliação da eficácia das amostras foi realizada pela determinação da atividade antimicrobiana de produtos desinfetantes por meio da redução da carga microbiana frente a micro-organismos patogênicos. 91% das amostras apresentaram rótulos em desacordo com a Legislação. O teste de Capacidade Inibitória indicou que, para inibir possíveis contaminações, os saneantes clandestinos possuem maior quantidade de princípio ativo do que o indicado nos rótulos e do que o determinado pela Legislação. Além disso, nove amostras apresentaram como princípio ativo o formaldeído, conservante banido das formulações de desinfetantes. Nove amostras apresentaram contaminação por bactérias e/ou fungos. O teste de eficácia indicou que aproximadamente 50% das amostras não foram eficazes contra microorganismos testados e que não houve redução da carga microbiana nos tempos testados. As amostras analisadas podem oferecer riscos aos consumidores e fabricantes, uma vez que os resultados indicaram que o processo de produção não segue as Boas Práticas de Fabricação, além de serem importantes para reafirmar as ações preventivas, na conscientização dos fabricantes e consumidores pela busca de produtos de qualidade.