Nanoencapsulação de um peptídeo isolado de anuros: citotoxicidade in vitro em células tumorais humanas
Abstract
A terapia antineoplásica tradicional apresenta algumas limitações que podem ser superadas através da utilização dos lipossomas. Estes nanossistemas de carreamento possibilitam o direcionamento de fármacos e reduzem efeitos secundários. Alguns peptídeos catiônicos sintetizados na pele de anuros apresentam atividade citotóxica seletiva (microorganismos e/ ou tumores). Neste sentido, espécies do gênero Phyllomedusa secretam as dermaseptinas. Objetivouse neste estudo, avaliar a citotoxicidade in vitro da dermaseptina 01 (DS 01) livre e encapsulada em lipossomas unilamelares pequenos (SUVs) em células tumorais humanas. Os lipossomas foram preparados pelo método de hidratação do filme lipídico seguido de sonicação. Foram produzidas formulações neutras e catiônicas, convencionais e furtivas. A citotoxicidade foi analisada em células tumorais de pulmão (NCI-H292), cólon (HT-29) e laringe (HEp-2), pelo ensaio de redução do sal tetrazólio (MTT) em placas de 96 poços. Os lipossomas foram submetidos a testes de estabilidade acelerada e em longo prazo. Em NCI-H292, a DS 01 livre apresentou efeito citostático médio de 35,6%. A encapsulação do peptídeo em lipossomas convencionais neutros aumentou o efeito, ao contrário dos furtivos. Para HT-29 e HEp-2, a DS 01 livre inibiu o crescimento celular em aproximadamente 50%, em média. A encapsulação em lipossomas catiônicos potencializou o efeito; os lipossomas convencionais inibiram na faixa de 80% e os furtivos, mais que 95% para as duas linhagens celulares. A DS 01, um peptídeo catiônico antimicrobiano, apresentou efeito citotóxico in vitro para células tumorais humanas que foi potencializado com a nanoencapsulação.