Liberação de componentes do extrato de Casearia sylvestris Swartz empregando membranas de látex natural como suporte

  • Alberto Trecco
  • Felipe Azevedo Borges
  • Elaise G. Pierri
  • André Gonzaga dos Santos
  • Chung Man Chin
  • Rondinelli Donizetti Herculano
Keywords: Casearia sylvestris. Látex natural. Liberação controlada. pH. Hevea brasiliensis.

Abstract

A membrana de látex natural (NRL – Natural Rubber Latex), manipulada a partir do látex extraído da seringueira Hevea brasiliensis, tem apresentado grande potencial de aplicação no campo da biomedicina e dos biomateriais. Graças a sua biocompatibilidade e baixa taxa de rejeição, ela tem sido utilizada para próteses e enxertos, atuando como estimulante da angiogênese, adesão celular e barreira física a agentes infecciosos. Além dessas aplicações, as membranas são utilizadas como matriz de sistemas de liberação para avaliar o comportamento da liberação de fármacos e extratos de origem vegetal que apresentam propriedades medicinais. O sistema extrato-membrana tem como objeto de estudo uma nova abordagem dessas substâncias no tratamento de feridas visando à cicatrização e regeneração do tecido envolvido. Casearia sylvestris, conhecida popularmente como guaçatonga, pertence à família Salicaceae, conhecida na medicina popular pelos seus efeitos antiulcerogênicos, cicatrizantes, antiofídicos, anti-inflamatórios e antissépticos, propriedades já comprovadas por estudos. Trabalhos recentes demonstraram que a liberação controlada de fármacos e extratos utilizando membranas de látex natural é uma alternativa interessante e promissora para aplicações biomédicas. Assim, o objetivo deste projeto foi estudar a liberação do extrato de Casearia sylvestris incorporado à membrana de látex em soluções com diferentes valores de pH, com o propósito de estudar seu comportamento e sua liberação de forma controlada. A taxa de liberação do extrato do sistema extrato-membrana foi monitorada e analisada utilizando-se o método de espectroscopia ótica (UV). O pH básico age desestabilizando a membrana indicando que o polímero possui a habilidade de proteger o extrato de ser liberado em valores de pH ácidos, direcionando sua aplicação para o sítio de melhor absorção. Além disso, a liberação segue uma função bi-exponencial y(t)=y0+A1e−t/τ1+A2e−t/τ2, sendo que uma parte do extrato se encontra na superfície da membrana enquanto outra parte se encontra dentro da membrana (bulk). O extrato foi agregado à membrana e liberado por até 10 dias, sendo o pH=7,6 o que mais influenciou na liberação do extrato pela membrana. Este resultado é interessante, pois o pH da solução além de modificar o perfil de liberação, modifica o tempo de saturação tornando possível produzir uma membrana para cada aplicação, ou seja, uma membrana para o estômago, outra para a pele, e assim, por diante, pois cada órgão possui um pH característico.

Published
2014-01-01
Section
Research Article